sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Eu respiro lixo de graça e você?

Pra quem mora em Ribeirão Preto e região, dois ítens indispensáveis:

Aspirador master plus para aspirar a fuligem e terra vermelha...
Umidificador para o 7% de umidade do ar...cof..cof..
 Mesmo assim, por aqui a gente simplesmente VÊ o ar que respira... Uma cor medonha, mistura de cinza com marrom. E, embora entenda que o setor sucroalcooleiro seja gerador de empregos, não dá mais para suportar, em pleno século XXI, tanta queimada de cana. Sério, setor milionário e ainda não inventaram coisa melhor para a colheita?! PQP! Daí vem alguém e fala: "ah, mas é caro etc". Tá, ok. Mas quanto vale poder respirar sem adoecer? O mais irônico disso é que os senhores da cana respiram o mesmo veneno. Mas pelo menos lucram com isso. Eu faço isso de graça e ainda tenho prejuízo (remédios, umidificador, tosse, mal estar...). Em meu mundo imaginário (que é ótimo, aliás), poderíamos enviar a conta dos remédios pra esse pessoal. Ah e quero dividir os lucros também. Respiro lixo de graça? Sério?!
 E a gente ainda quer ajudar o ambiente usando carros à álcool pra poluir menos. Fico pensando: será que poluimos menos usando carros à álcool? Explico: a monocultura da cana destrói as matas, desabriga e mata animais (um pecado!), enche nossos pulmões de fuligem (sim, tóxica sim) e torna nossos dias um calvário... Será que carros à álcool não geram cada vez mais esse ciclo dos infernos? Além disso, o setor faz o que quer com o preço do etanol, de acordo com o preço do açúcar no mercado externo. Por exemplo, nós que moramos no meio de canaviais, pagamos uma exorbitância... No meu mundo ideal pararíamos de usar e comprar carro à álcool até que a indústria sucroalcooleira se mexesse e investisse em modos mais ecológicos e sustentáveis de produção.

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