
Além de ser um filme do Wood (veja como sou íntima do cara), confesso que o que me atraiu ao cinema foi o fato dos protagonistas serem o Larry David e a Evan Rachel Wood (os dois do cartaz acima). Eu já falei da Evan Rachel aqui em algumas oportunidades (nos excelentes filmes
Across the Universe e The life before her eyes). Neste filme ela está mais uma vez irretocável. Quem acompanha a atriz sabe o quanto ela é descolada e moderna e vê-la no papel da simplória Melody é um deleite. Evan tem timing de comédia e não tem pudor em parecer ridícula que muitas jovens atrizes têm.
Quando Melody entra na vida (e no universo) da personagem de Larry David (o físico aposentado Boris Yellnikoff) cria-se a situação perfeita para a comédia. Boris se auto denominada gênio, "quase" indicado ao Nobel, hipocondríaco, portador de certo TOC (seu ritual de lavagem de mãos vale o ingresso), megalomaníaco e absolutamente misantropo. Melody é o oposto. Melody foi criada baseada no senso comum, no patriotismo norte-americano, na superficialidade e otimismo do norte-americano médio do interior. Todavia, funciona como divertido contra-ponto a Boris justamente por aceitar que certos aspectos da vida não podem ser racionalizados, controlados. Bem, todos nós sabemos que algumas coisas da vida simplesmente não fazem sentido algum. A diferença é uns aceitam isso e outros não.
O filme não se limita apenas à relação entre Boris e Melody. Gradativamente o universo de Melody (representado por seus pais) surge no filme e se expõe à moderna New York. O choque cultural e seus desdobramentos são fonte de gargalhadas e reflexões.
Amei o filme. Recomendo, especialmente a pessoas mais "caretas". A mensagem do filme, que embora seja uma comédia requer uso de neurônios, é terna e sábia. Fruto de um escritor e diretor que já atingiu 75 anos e passou por muita coisa na vida (Sim, Woody já está com 75 anos!).
Então, está esperando o que? Corre pro cinema!
Nenhum comentário:
Postar um comentário