Em tempos de atores e atrizes robotizados de Hollywood, cujos mínimos gestos foram previamente estudados e planejados por gestores de imagens e diabos afins, assistir a atuação do casal do "En la cama" é, no mínimo, uma lufada de ar novo e fresco.
Você vê o título e pensa: opa, só sacanagem! Mas, o roteiro é tão bem construído que essa impressão é desconstruída nos primeiros 10 minutos de filme. Para secundarizar o sexo, ele é inicialmente exposto à exaustão. Logo, torna-se banal, assim como a semi-nudez dos atores. E o sexo casual buscado pelas personagens vai se tornando apenas o pano de fundo para o encontro de dois seres humanos como cada um nós: com máscaras, preconceitos, teorias, medos, carências e angústias.
Os diálogos são tão bem escritos, que no dia seguinte me peguei lembrando de uma frase da atriz e dizendo: " Ah! por isso que ela falou aquilo então...". Embora o filme seja baseado no diálogo, não é mais um desses filmes verborrágicos atordoantes que confundem ser prolixo com ser profundo ou inteligente. Interessante pensar ser uma co-produção Chile-Alemanha (2005). Talvez a mistura do latino (emotivo-dramático) com o germânico (racional-contido) tenha ajudado a levar o filme a esse equilíbrio delicado.
Atuação primorosa. A atriz ganhou prêmio etc e tal. Mas, além de serem dois jovens lindíssimos, são excelentes em seu ofício.
Resumindo? Obrigatório!
PS: para quem tem Tv a cabo- está em cartaz no TeleCine-Cult
próximas exibições em outubro: sex17(23:55h)- seg 20 (5:40h)
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