
Desde que você se foi, bem na minha frente, tenho tido essas imagens, esses sonhos aflitivos. Por quê você nunca aparece para mim? Mas quem sou, afinal, para perguntar isso?
Sempre a mesma coisa, de um jeito ou de outro: estou sempre em sua casa, percorro seus cômodos. Pessoas chegam e se vão. Você nunca mais estará nesta casa, mas ao mesmo tempo, está tão presente que é como se estivesse em suas paredes...
Sinto o frio típico de sua casa, seus odores, a sensação fria do couro do sofá. O gosta de sua água, inconfundível. Não espero vê-la, pois sei, mesmo em meus sonhos, que isso não voltará a ocorrer. Então por quê é tão triste, tão angustiante estar nestes cômodos? Que segredo há em mim que não me deixa vencer o portão da frente, sem olhar para trás? Po quê me encerro nesta sua casa?
Em minha casa concreta e irreal, você sabe, guardo seu quadro. Aquele que tanto me diz, tão sem valor, mas meu tesouro. Estou sempre a olhar para ele. Estou sempre a me lembrar de você, sem ainda acreditar que se foi. Ainda sinto o seu cheiro seu cabelinho macio. Aindo visito sua casa todas as noites.
Nenhum comentário:
Postar um comentário