domingo, 9 de maio de 2010


Hoje foi meu aniversário, trinta e alguns anos. Foi um dia especial, mas não pelo natalício ou pelo fato de ser dia das mães também. Foi um dia especial pois comemorei junto com as pessoas que mais amo nesta vida, todas juntas, real time. Poucas pessoas chegam a minha idade com o privilégio de ter pais e irmãos, todos vivos e até avô! Então, o bolo de aniversário providenciado por minha mãe tem um gosto mais especial a cada ano...

Impossível não pensar que só nos damos conta do quanto já vivemos quando fazemos uma retrospectiva dos fatos histórico que assistimos.


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Então vamos dar uma olhada numa rápida lista do que eu já vivi:

A luta por eleições diretas para presidente, com Fafá de Belém cantando o Hino Nacional







Queda do Muro de Berlim








Fiasco do Plano Cruzado e outros que antecederam o Real

Assisti na TV aos shows do 1o Rock in Rio, com trasmissão ao vivo de Queen


Vi surgir uma doença que em 1986 recebeu o nome de AIDS e que levou vários ídolos de minha geração: Cazuza, Renato Russo, Fred Mercury, Lauro Corona, Henfil, Betinho tantos outros. Mas também me lembro da esperança, cada vez maior, com a chegada do AZT e outros anti-virais.



Vi boquiaberta, ao vivo pela TV, quando o segundo avião atingiu uma da Torres Gêmeas.


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Ainda:


- Me lembro claramente de 7 Copas do Mundo (desde Espanha 82´)


- Fiz minha graduação sem acesso a internet ou uso de computadores


- Votei aos 16 anos na primeira eleição direta para presidente (e perdi)


- Lembro-me da altivez do estudante chinês impedindo com seu próprio corpo o trajeto de um tanque de guerra em protesto contra o regime político na Praça Celestial na China.


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Qualquer um com minha idade ou mais viu tudo isso. Nada demais. Só o mundo girando aos olhos atentos de quem o observa.


O mais importante de minha vida não apareceu nos jornais, não está no Google, não deu na TV. Não adianta procurar. Nos arquivos não estão os abraços de carinho que cresci recebendo e que dei, a primeira vez que olhei nos olhinhos de meus sobrinhos, a última vez que vi os olhos de minha avó me fitando, confusos com a partida indesejada. Nos registros não estão as cartas e bilhetes de minha mãe, as linhas dos livros que ela me indicou e ensinou a amar. Não, nada no youtube também das inúmeras "videocassetadas" e gafes estreladas por mim e minha irmã. Os amigos que chegaram e que se foram, alguns para outro plano, outros para longe apenas.


Mas tudo isso, que é importante mesmo, que é o que nos faz, está impregnado em nossa pele, está sempre sendo carregado pela gente. é o que nos faz leventar dos tombos e, por vezes, o que nos faz andarmos com as costas mais arqueadas com o peso da saudade. Mas é o que nos faz caminhar e "navegar é preciso, viver..."
























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